À Folha, Bolsonaro diz que eleição de Trump é “passo’ para volta ao Planalto e não descarta Temer como vice - Suetoni Souto Maior


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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve ser colocado como a segunda pessoa do mundo mais feliz com a vitória de Donald Trump nos Estados Unidos. Depois, lógico, do próprio Trump. Ele acredita que o triunfo do próximo presidente norte-americano nas eleições deste ano foi um “passo importantíssimo” para um eventual retorno seu ao Palácio do Planalto, no pleito de 2026. O capitão reformado do Exército foi derrotado pelo presidente Lula (PT), em 2022, quando tentou tentou a reeleição, e foi tornado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso do poder político e econômico no pleito daquele ano.

O status de inelegível, ele acredita que conseguirá reverter, opinião não compartilhada por muita gente no mundo jurídico. “É igual a uma caminhada de mil passos, você tem que dar o primeiro, tem que dar o décimo. E o Trump é um passo importantíssimo”, disse Bolsonaro em entrevista à Folha de São Paulo. O primeiro passo para isso, ele acredita que será conseguir reaver o passaporte apreendido por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro promete peticionar a liberação, caso seja convidado para a posse de Donald Trump.

À Folha, Bolsonaro descreveu Trump como uma pessoa que gosta dele. “Ele me tem como uma pessoa que ele gosta, é como você se apaixonar por alguém de graça, né? Essa paixão veio da forma como eu tratava ele, sabendo o meu lugar”, disse, acrescentando não acreditar em um não do ministro Alexandre de Moraes. “Ele vai falar não para o cara mais poderoso do mundo? Eu sou ex. O cara vai arranjar uma encrenca por causa do ex? Acha que vou para os Estados Unidos e vou ficar lá?”, questionou o ex-presidente, dizendo acreditar que Lula não será convidado para a posse.

Sobre o pleito de 2026, para a qual está inelegível, Bolsonaro acha que a eleição de Trump foi um recado para o Supremo. E sobre o vice, não descarta a possibilidade do nome do ex-presidente Michel Temer (MDB) que diz ser especulado pela imprensa. “Não descarto conversar com ninguém, até com você. Não sei… ele é garantista, é um ex-presidente. O impeachment [de Dilma Rousseff em 2016] abriu uma brecha para eu me candidatar. Não existe impeachment sem vice”, disse Bolsonaro, admitindo, também, que hoje não nomearia tantos militares para os ministérios.

O ex-presidente é acusado de ter tentado um golpe de estado após a derrota nas eleições. As investigações da Polícia Federal indicam tentativa de convencer, sem sucesso, militares a abraçarem a trama golpista. Bolsonaro nega as acusações.

Com informações de Suetoni Souto Maior

Blog do Milton Figueirêdo

Milton Figueirêdo

Jornalista com especialização em telejornalismo.

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