O texto do jornalista Lenildo Ferreira é cirúrgico e retrata o que marcou os 10 anos da municipalização do Hospital Pedro I, realizada por Romero Rodrigues
“Bruno festeja 10 anos de municipalização do Pedro I e release histórico “esquece” Romero
Por Lenildo Ferreira
A municipalização do Hospital Pedro I, em Campina Grande, completou 10 anos nesta segunda-feira, 30. A unidade, inaugurada em 1932, pertencia à maçonaria e agonizava.
Foi salva pelo então prefeito Romero Rodrigues, que agiu rápido e municipalizou o hospital já no seu primeiro ano de mandato, em 2013.
Hoje, em comemoração aos 10 anos do feito que salvou o Pedro I, a Prefeitura divulgou um release muito bem redigido e documentado em que apresenta um verdadeiro apanhado da história do Pedro I com muitos detalhes.
Eis, no entanto, que entre tantas minúcias a respeito da história do hospital, um ponto decisivo foi total e completamente omitido: o nome do prefeito que municipalizou o Pedro I.
Sim, ao longo de todo o longo texto e mesmo entre tantos e tantos detalhes mínimos, Romero não é citado uma única vez.
Sempre que a redação se refere ao ato de municipalização, cita genericamente “o governo” ou “a gestão”. O nome de Romero, nunca.
Ainda que fosse possível acreditar que existem coincidências na política, seria preciso muita fé no acaso para não perceber o óbvio ululante desse episódio.
A omissão fala muito. Contar a história e narrar um fato “esquecendo” quem foi protagonista não é apenas um grosseiro ato falho.
É, na verdade, tentar reescrever a História querendo apagar fatos e pessoas que, por alguma razão inexplicável, tornaram-se inconvenientes.
E, novamente, a culpa do episódio certamente não é da competente equipe de comunicação da gestão, nem mesmo na mão do operário-jornalista que redigiu o texto.
Texto onde Romero não está.
Como se apagar protagonistas em narrativas adaptadas fosse capaz de mudar a História e reverter a verdade.
Pelo contrário, certos atos apenas revelam o tamanho real de cada personagem. Grandes e pequenos, importantes e medíocres.“
Por Milton Figueirêdo