Candidatos ‘esquecem’ polarização nacional e focam ataques e ‘dobradinhas’ no último debate da TV, em João Pessoa - Portal Suetoni Souto Maior


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O último debate entre os candidatos a prefeito de João Pessoa, promovido pela TV Cabo Branco, nesta quinta-feira (3), teve quase tudo o que era esperado: troca de ataques (isso muito), propostas (em menor número) e praticamente nenhuma referência à polarização nacional. Este último requisito era esperado por causa do uso do presidente Lula (PT) e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas campanhas do petista Luciano Cartaxo e do liberal Marcelo Queiroga, respectivamente. Mas advinha: não houve praticamente nenhuma referência aos padrinhos políticos.

O motivo para isso talvez esteja no que dizem as pesquisas de opinião pública recentes, a exemplo da sondagem realizada pela Quaest, que apontou pouca tração na vinculação com as lideranças nacionais. Eleitores de Lula dizem votar na reeleição de Cícero Lucena (PP), em Ruy Carneiro (Podemos) e não apenas em Cartaxo. Já os de Bolsonaro dizem nutrir simpatia por Cícero, Ruy e, acreditem, até Cartaxo. Talvez por isso você não tenha visto nenhuma crítica direta ao ex-presidente vinda do postulante, que se resume a ressaltar as qualidades de Lula, mas sem referência ao capitão reformado do Exército.

De sobra, mesmo, houve os ataques pessoais, principalmente ligados a problemas com a Justiça ou à gestão. Cícero Lucena foi o principal alvo, lógico, por ser o atual chefe do Executivo em busca de reeleição e liderar as pesquisas. O fato da primeira-dama Lauremília Lucena ter sido presa na terceira fase da operação Território Livre, da Polícia Federal, foi largamente citado. Da mesma forma, a condenação a 20 anos de prisão do deputado federal Ruy Carneiro no caso Desk figurou como ‘calcanhar de Aquiles’ para o postulante.

Luciano Cartaxo foi atacado no fato de ter conseguido eleger a sucessora, Edilma Freire, na eleição de 2020 e não ter sido o deputado mais votado para a Assembleia Legislativa na capital. “Eu saí da prefeitura depois de 8 anos e fui eleito senador, Luciano”, ironizou Lucena. Em resposta, o parlamentar criticou o fato de o atual mandatário não ter construído UPAS (Unidades de Pronto Atendimento) e novas escolas e creches.

Um fato curioso é que Queiroga foi usado em pelo menos três oportunidades como trampolim por Ruy e por Cartaxo para reverberar propostas dos dois para a capital. As estratégias pareceram, em muito, dobradinhas para favorecer estas iniciativas.

A única referência a lideranças nacionais no debate veio na fala de Marcelo Queiroga, ao final do debate, quando ele pediu o voto dos eleitores de Jair Bolsonaro na capital. Lembrando que o capitão reformado do Exército teve uma votação expressiva na capital, ficando pouco atrás do presidente Lula no segundo turno das eleições de 2022.

Com informações do Portal Suetoni Souto Maior

Blog do Milton Figueirêdo

Milton Figueirêdo

Jornalista com especialização em telejornalismo.

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