Chegada do PSD fortalece oposição para 2026 e grupo deve ter mais tempo de TV que candidato de João - Suetoni Souto Maior


Leia a matéria de Suetoni Souto Maior:

As filiações de Pedro e Cássio Cunha Lima ao PSD, anunciadas nesta semana, tendem a provocar uma grande mudança na correlação de forças no Estado, visando as eleições do ano que vem. Os dois são, respectivamente, ex-deputado federal e ex-senador, e fazem planos para o retorno à política. O que muda em relação a 2022, quando Pedro disputou o comando do governo do Estado e foi derrotado, é a base de apoio que agora se apresenta para dar sustentação à postulação do agora ex-tucano. Muito provavelmente, a oposição terá mais tempo de TV que os governistas.

Explico: em 2022, Pedro entrou na corrida eleitoral com uma candidatura desacreditada e cresceu durante a campanha, levando a disputa para o segundo turno. Com uma maior base de apoio e com a caneta na mão, o governador João Azevêdo (PSB) conseguiu ser efetivo na reta final e foi reeleito. Ele conquistou 1.184.799 votos (52,33%), contra 1.079.450 votos (47,67%) do então tucano Pedro Cunha Lima. O quadro agora muda porque o PSD, que tem 42 deputados federais na Câmara Federal, sai da base governista e vai para a oposição. A senadora Daniella Ribeiro, inclusive, anunciou a desfiliação da sigla.

E não para por aí. Ao PSD são somadas siglas fortalecidas como União Brasil (59 deputados), MDB (42), PMB e o resultado da provável fusão de Podemos, PSDB e Cidadania, o que deve contribuir com mais 30 deputados federais. Isso sem falar na possibilidade de aliança, ainda no primeiro turno, com o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro, que tem 99 deputados. Esta última aliança vai depender de uma necessária antecipação de apoio a quem se apresentar como candidato da extrema-direita. Na eleição passada, Pedro evitou a antecipação de apoios, procurando não ser ligado nem ao presidente Lula nem a Bolsonaro.

Para as eleições do ano que em, ainda não está claro quem será o candidato da oposição, nem se toda essa articulação será confirmada. Apesar disso, três nomes despontam como potenciais para a disputa. São eles, o próprio Pedro Cunha Lima, o ex-governador e ex-senador Cássio Cunha Lima e ainda o senador Efraim Filho, do União Brasil.

Da base governista, os nomes mais cotados são o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP); o vice-governador Lucas Ribeiro (PP), caso ele assuma o governo; o presidente da Assembleia, Adriano Galdino (Republicanos), ou Deusdete Queiroga (PSB), caso João Azevêdo decida por uma solução caseira e queira se manter no governo até o fim da gestão. Atualmente, a tendência é que ele dispute o Senado. Em todos os casos, o cenário eleitoral para 2026 é mais espinhoso que o de 2022.

Com informações de Suetoni Souto Maior

Blog do Milton Figueirêdo

Milton Figueirêdo

Jornalista com especialização em telejornalismo.

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