Leia a matéria de Suetoni Souto Maior:
O clã Cunha Lima não pretende acompanhar os últimos suspiros do moribundo PSDB. Com as filiações anunciadas ao PSD, os dois largam a alça do caixão do “morto-vivo” na porta do cemitério. Essa realidade não é muito diferente do que vem ocorrendo em outros estados. A agremiação de Gilberto Kassab tem partido com tudo em busca do espólio tucano pelo Brasil afora. A máxima é a de que raspas e restos interessam. Em Pernambuco, jogou no bisaco a governadora Raquel Lyra. Agora, busca Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul, e Eduardo Reidel, do Mato Grosso do Sul.
Na Paraíba, anunciou nesta quarta-feira (12) as filiações de Cássio Cunha Lima e Pedro Cunha Lima, ambos do PSDB. É uma realidade construída ao longo de anos de desgastes, fazendo com que o todo-poderoso PSDB de Fernando Henrique amargasse uma total inabilidade para ganhar eleições relevantes. Os últimos postos, no Estado, foram ocupados por Cássio, com o governo do Estado (2003 a 2009) e Senado (2011 a 2019). De lá para cá, nada mais. O próprio Cássio não conseguiu renovar o mandato em 2018 e Pedro foi derrotado na disputa pelo governo, em 2022.
Mas não apenas isso. O grupo foi encolhendo dentro do partido, com a saída gradativa (programada ou não) de lideranças. O deputado federal Romero Rodrigues, primo de Cássio, foi o primeiro a sair. Inicialmente para o PSD, depois para o PSC, agora está no Podemos. Bruno Cunha Lima, prefeito de Campina Grande, deixou o partido para se filiar ao União Brasil, sigla pela qual foi reeleito em 2024. E a tendência, agora, é que grande parte das outras lideranças sigam caminho semelhante, casos dos deputados estaduais Camila Toscano, Fábio Ramalho e Tovar Correia Lima.
E o que provocou isso? É bom lembrar que o PSDB polarizou com o PT do presidente Lula por longos 20 anos. A partir de 2015, voltou a carga em prol do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e a favor da operação Lava Jato. Só que acabou engolido, também, pelas denúncias e viu as então maiores lideranças do partido (Aécio Neves e Marconi Perilo) conhecerem o inferno. Para completar, viram o capital político ser dragado e absorvido pelo bolsonarismo. Quando acordou do pesadelo, não existia mais espólio e praticamente não existe mais partido.
Com informações de Suetoni Souto Maior