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Após quatro anos fora do cargo, Donald Trump voltará à Casa Branca para ser o 47º presidente dos Estados Unidos, segundo indicam projeções da Associated Press (AP) e da CNN. A definição aconteceu às 7h35 desta quarta-feira (6/11), horário de Brasília.
O bilionário de 78 anos superou, segundo as projeções, a candidata do Partido Democrata, Kamala Harris, ao atingir a maioria dos 538 delegados do Colégio Eleitoral. Trump está com 277 delegados, dos 270 necessários, e Kamala com 224.
Trump garantiu a eleição ao ganhar em Wisconsin, estado-pêndulo onde Kamala era favorita, e chegar a de 277 delegados no Colégio Eleitoral – 7 a mais do que o necessário.
Antes mesmo do anúncio oficial da vitória, mas quando a projeção dos resultados das urnas já mostravam que sua eleição estava assegurada, Trump e seu companheiro de chapa, J.D. Vance, discursaram para apoiadores em Mar-a-Lago, Flórida. “Teremos a era de ouro dos EUA, que nos permitirá tornar a América grande novamente”, disse.
No “discurso da vitória”, após agradecer a todo o público pelo apoio e pelos votos, Trump, ao lado da esposa, Melania, ressaltou que “esse foi o maior movimento político, nunca antes visto na história deste país”.
“Vamos ajudar o nosso país a ser recuperar, vamos resolver as nossas fronteiras e todos os outros problemas do nosso país. Superamos obstáculos que não achavam possíveis, e olha só o que aconteceu? Não é uma loucura? Mas é uma vitória política nunca antes vista no nosso país.”
Trump prometeu lutar por toda a América e repetiu seu bordão: “Para todos os cidadãos, lutarei por você, por sua família, com cada fibra do meu corpo, até que tenhamos a América que queremos, teremos a era de ouro dos EUA, que nos permitirá tornar a América grande novamente”.
Kamala se recolheu
Quando a eleição do adversário já se mostrava irreversível, a democrata Kamala Harris informou que não faria nenhum discurso na madrugada desta quarta, pois aguardaria “todos os votos serem contados”. Às 4h25, horário de Brasília, a Associated Press (AP) projetou a vitória de Donald Trump ao alcançar 257 delegados, contra 224 de Kamala.
Apoiadores de Kamala Harris estavam reunidos na Universidade Howard, em Washington DC, faculdade onde Kamala se formou, esperando a vice-presidente dos EUA discursar. No entanto, a campanha da democrata anunciou que o discurso será adiado “em uma mensagem ainda otimista”.
Biografia polêmica
Donald John Trump, de 78 anos, líder do Partido Republicano, foi o 45º presidente do país, entre 2017 e 2021, disputou a vaga, novamente, agora contra a representante democrata Kamala Harris, após uma série de polêmicas e reviravoltas nos últimos anos.
O empresário nova-iorquino tem uma biografia recheada de episódios marcantes, que vão da vida empresarial à TV, dos problemas de disciplina na escola até se tornar um dos líderes políticos mais importantes do mundo. Trump nasceu em 14 de junho de 1946, no coração da movimentada Nova York. Ele é o segundo de cinco filhos do casal Fred Trump e Mary MacLeod.
Desde cedo, a personalidade controversa do magnata fez-se presente em sua vida. Ele enfrentou problemas na escola, por se envolver em brigas constantes, a ponto de deixar o local e só concluir os estudos na Academia Militar de Nova York. Integrante de uma família já bem-sucedida no ramo imobiliário, Trump estudou, ainda, entre 1966 e 1968, na Escola de Negócios Wharton, na Pensilvânia, uma das melhores do mundo.
A preparação financiada pelo pai objetivava a entrada futura do filho nas empresas. Aos 25 anos, o jovem Trump assumiu o comando da imobiliária da família, que passou a se chamar The Trump Organization. Dois anos depois, em 1973, o Departamento de Justiça dos EUA processou a companhia por discriminação racial, por recusar imóveis a pessoas negras. O caso terminou em acordo judicial.
Três casamentos e cinco filhos
A vida pessoal do republicano possui, ainda, três capítulos especiais: os três casamentos de Donald Trump. Em 1977, ele se casou pela primeira vez com Ivana, com quem teve os filhos Donald Trump Jr., Ivanka e Eric. O segundo ocorreu em 1993, quando o empresário oficializou a união com a atriz Marla Maples, e com quem teve a quarta filha, Tiffany.
Maples teria sido amante de Trump, enquanto ele esteve casado com Ivana. Após o divórcio e término do primeiro casamento, em 1992, ele manteve a relação com a atriz e, um ano depois, casou-se com ela, com quem ficou junto até 1999. Entre os dois matrimônios, o empresário fez movimentos importantes que ajudaram a reforçar a imagem de sucesso e grande administrador nos negócios.
Em 1983, Donald Trump inaugurou a famosa Trump Tower, em Nova York, e em 1987 ele lançou o livro A Arte de Negociar, uma espécie de biografia autorizada que buscou destacar as suas habilidades de gestor dos negócios da família. Pouco mais de 10 anos após o segundo casamento, ele oficializou a terceira união, com a atual esposa e ex-primeira-dama dos EUA Melania Trump.
Os dois se casaram em 2005, numa comemoração que contou, inclusive, com a presença de Bill Clinton e Hillary Clinton, futuros adversários dele na política. Melania era uma imigrante eslovena, que conheceu Trump durante uma festa, na qual ele estava acompanhado de outra mulher. Eles tiveram o filho Barron. Donald repetiu o pai na quantidade de herdeiros.
Da TV à política
O objetivo de se tornar o centro das atenções sempre esteve claro na trajetória e nos investimentos de Trump. Em 1996, ele comprou os direitos do Miss Universo e, oito anos depois, em 1994, estreou na TV como apresentador e produtor do reality show O Aprendiz. O formato fez enorme sucesso e foi replicado em vários países.
Da TV para a política, foi um pulo rápido. Ele já havia se filiado ao Partido Republicano, pela primeira vez, em 1987, mas houve uma ruptura em 1999. No mesmo ano em que se divorciou pela segunda vez, Trump migrou para o Partido Reformista, considerado pequeno na política dos EUA, e lançou-se pré-candidato à presidência dos EUA.
Muitos duvidaram das intenções dele, à época, e não deu outra: o empresário desistiu da investida política, quatro meses depois, e recebeu várias críticas de que tudo teria sido uma grande jogada de marketing pessoal. O retorno dele ao Partido Republicano ocorreu em 2009 e, em 2016, foi escolhido como candidato à presidência. Dessa vez, no entanto, sem desistência, e mais: com vitória contra Hillary Clinton.
“Tornar a América grande novamente”
Trump foi eleito presidente dos Estados Unidos, aos 70 anos de idade, numa disputa acirrada contra a ex-secretária de Estado do país. Com a popularização do slogan Make America Great Again – Torne a América grande novamente -, o magnata, especialista em atrair a atenção para si, conseguiu a maioria dos delegados no colégio eleitoral.
Quatro anos depois, no entanto, ele não obteve o mesmo êxito, tornando-se o quarto presidente da história dos EUA a não se reeleger. Trump perdeu a disputa contra o democrata Joe Biden, em 2020, e teve o final da gestão marcado pelo 6 de janeiro de 2021, data em que militantes e partidários republicanos, contrários ao resultado da eleição, invadiram o Capitólio, em Washington.
Nos últimos quatro anos, a vida de Trump, especialmente na Justiça, não foi nada fácil. Ele enfrenta uma série de acusações judiciais, e chegou a ser condenado em maio deste ano em Nova York pelo suborno da ex-atriz pornô Stormy Daniels, com quem ele teria tido um relacionamento extraconjugal. A investigação apontou que o ex-presidente fraudou registros contábeis para ocultar o pagamento pelo silêncio da mulher.
Primeiro presidente condenado por um crime
Trump tornou-se, com isso, o primeiro ex-ocupante da Casa Branca a ser considerado culpado por um crime na história dos Estados Unidos. Existem, ainda, outras ações contra ele na Justiça, referentes às suspeitas de interferência em eleições federais, retenção de documentos sigilosos e interferência eleitoral no condado de Fulton.
Todos esses casos, no entanto, não o impediram de se candidatar mais uma vez, tampouco abalaram a liderança perante os republicanos. Em julho deste ano, Trump foi alvo de um atentado a tiros durante comício em Butler, na Pensilvânia. Ele foi atingido de raspão na orelha direita. O episódio marcou a disputa eleitoral norte-americana, até então. Os próximos dias serão de emoção no país. Do Metrópoles.
Com informações do Paraíba Já