Estratégias em semana decisiva para Cícero e Queiroga na disputa pela prefeitura - Suetoni Souto Maior


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São seis dias até domingo (27), para que seja definido quem será o prefeito de João Pessoa para os próximos quatro anos. O mandatário atual, Cícero Lucena (PP), tem larga vantagem numérica sobre o segundo colocado, Marcelo Queiroga (PL). Ele surge com 58% das intenções de voto, segundo a Quaest, divulgada na semana passada, e 59,8%, conforme o Datavox desta semana. Já o segundo colocado aparece com 31% na primeira e 26,9% na segunda. Mas isso não apaga o caráter de disputa renhida entre os postulantes, nem a formatação das suas estratégias.

O primeiro, Cícero Lucena, tem adotado o padrão de buscar votos da direita à esquerda. Seu staff tem investido em reuniões com lideranças conservadoras para tentar desidratar a repetição do movimento de Queiroga que garantiu a chegada dele ao segundo turno. Além disso, tem mergulhado na busca pelos votos da esquerda, com a atração do Partido dos Trabalhadores para suas fileiras. O primeiro grupo é prospectado pelo deputado Mersinho Lucena (PP), enquanto que o segundo tem ficado a cargo do vice-prefeito Léo Bezerra (PSB).

Outra estratégia de Cícero tem sido o ataque à condição de gestor de Marcelo Queiroga, com a insistência na morte de mais de 400 mil pessoas no período em que ele comandou o Ministério da Saúde. A iniciativa tem ganhado espaço nos debates e na propaganda, com o objetivo de atribuir ao adversário a pecha de mau gestor. O ex-ministro foi o último de uma sequência de auxiliares demitidos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a pandemia. Coube a ele bancar a vacinação da população, primeiro com o confisco das vacinas compradas pelo governo de São Paulo. Depois com a aquisição das de outros laboratórios.

Do outro lado, Queiroga tem investido pesado na exploração das operações da polícia federal em relação a suposto envolvimento de pessoas ligadas à prefeitura com traficantes. O prefeito não é investigado neste caso, mas tem familiares no alvo das investigações. O tema, antes explorado com maior frequência pelo deputado Ruy Carneiro (Podemos), derrotado no primeiro turno, agora é a principal commodity do staff de Queiroga. Ele também tem investido na busca por apoios e angariou a adesão de Ruy e dos partidos da base dele.

Mas a maior esperança do candidato reside no apoio da base bolsonarista. Se no primeiro turno a vinda da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro contribuiu para a chegada de Queiroga ao segundo turno, agora ele espera que o próprio Jair Bolsonaro contribua com o sucesso eleitoral. O ex-presidente esteve aqui na semana passada e participou de carreata. Ele foi bem votado na capital na eleição passada, vencida pelo presidente Lula. A vantagem do petista foi pequena no segundo turno (menos de mil votos). O obstáculo, porém, é que a adesão também agrega a rejeição da liderança de extrema-direita, ainda alta na capital.

Os dois postulantes têm os arrastões e o debate da TV Cabo Branco, na sexta-feira (25), para tentar convencer eventuais eleitores indecisos. Mas é bom lembrar: o tempo é curto.

Com informações de Suetoni Souto Maior

Blog do Milton Figueirêdo

Milton Figueirêdo

Jornalista com especialização em telejornalismo.

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