Leia a matéria de Suetoni Souto Maior:
O presidente da Assembleia Legislativa, Adriano Galdino (Republicanos), tem dado aula de articulação em relação à busca pela vaga aberta no Tribunal de Contas do Estado (TCE). Em um campo historicamente disputado palmo a palmo, ele caminha para a indicação de alguém muito próximo, com a anuência da maioria da Casa, suplantando as pretensões do governador João Azevêdo (PSB), dos governistas menos alinhados com o dirigente do Legislativo e ainda a oposição. A preço de hoje, ninguém detém mais força que o parlamentar para a apresentação de um nome.
Uma vantagem que permitirá a Adriano Galdino a apresentação, inclusive, de um nome da família. Nos bastidores, na Assembleia, fala-se em Eliane Galdino, prefeita de Pocinhos e mulher do parlamentar. Há quem fale, também, na indicação de uma das filhas. São duas médicas. E há ainda a opção mais segura e menos polêmica, que seria a escolha do deputado federal Murilo Galdino (Republicanos). Esta última traria a contraindicação de perda da base política do parlamentar, o que só poderia ser revertido caso o espaço fosse assumido pelo próprio Galdino. Só que o objetivo dele é disputar o governo do Estado no ano que vem.
Esse protagonismo foi conquistado por Galdino depois da renúncia do deputado estadual Tião Gomes, de 71 anos. O parlamentar era o favorito para a disputa, inclusive contando com o apoio do atual presidente. Acontece que ele foi impedido por decisão judicial de encarar a disputa. Daí, saiu em defesa de qualquer nome que seja escolhido pelo mandatário. O prazo para a inscrição do nome se estende até sexta-feira (14), segundo o disposto no edital publicado pela Assembleia. Para participar, é preciso conquistar 12 assinaturas.
Nos bastidores, há insatisfações na Assembleia Legislativa, manifestadas por governistas ligados ao governador João Azevêdo. Eles reclamam do pouco apetite do dirigente em relação aos espaços de poder. Ressaltam também que a viagem do socialista a Portugal impede qualquer reação minimamente consistente. “Vai resolver quando voltar? Aí, a fatura já estará liquidada”, ressaltou em reserva um deputado ouvido pelo blog. As reclamações vêm também da oposição, que não tem força para se opor às pretensões de Galdino.
A vaga aberta no TCE surgiu com a aposentadoria do conselheiro Arthur Cunha Lima, ocorrida no ano passado. Até o ano que vem, duas outras vagas serão abertas. A primeira, com a aposentadoria do conselheiro Fernando Catão, prevista para o segundo semestre, quando ele completará 75 anos. A outra, em 2026, quando o conselheiro Nominando Diniz pretende pendurar as chuteiras. Ele fará isso antes da idade limite, estabelecida pela “PEC da Bengala”, de 75 anos.
Com informações de Suetoni Souto Maior