Nem ‘pulada de cerca’ resolve problema a ser criado na Paraíba com federação PP/União Brasil - Suetoni Souto Maior


Leia a matéria de Suetoni Souto Maior:

A federação PP/União Brasil, caso venha a ser efetivada, deve gerar um grande problema para os dirigentes dos dois partidos, na Paraíba. Isso porque eles ocupam espaços e têm projetos antagônicos no Estado, notadamente para as eleições do ano que vem. Enquanto o progressistas trabalha com as possibilidades de lançar o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, ou o vice-governador Lucas Ribeiro, para a disputa do Palácio da Redenção, o União Brasil atua com a perspectiva de emplacar o senador Efraim Filho na corrida eleitoral.

A equação não é simples, porque os partidos federados não podem estar em projetos diferentes nem mesmo como eminências pardas. Ou seja, se Lucas ou Cícero forem candidatos, Efraim Filho não poderá figurar em nenhuma outra coligação como candidato. Poderá até apoiar outro postulante informalmente, mas sem levar para o grupo adversário o tempo de TV. Da mesma forma, se a federação optar por uma postulação do senador, vai inviabilizar qualquer projeto político majoritário do PP. Uma união de todos em um único grupo é difícil de ser imaginada.

Enquanto Cícero e Lucas estão na base de apoio ao governador João Azevêdo (PSB), Efraim ocupa lugar de destaque no grupo antagonista. Ele figura no mesmo bloco do ex-deputado Pedro Cunha Lima e do ex-senador Cássio Cunha Lima, ambos de mudança do PSDB para o PSD.

Sem se preocupar com a questão paroquial, a bancada do PP decidiu nesta terça-feira (18) prosseguir com a federação com o União Brasil para formação do que virá a ser a maior força da Câmara, com 106 deputados. Para que isso se concretize, falta agora o União Brasil deliberar internamente se quer seguir o mesmo caminho, o que deve ocorrer ao longo da semana. “Aprovamos por unanimidade. Está aprovado, se o União decidir, vamos agora para fazer o estatuto”, disse o presidente do PP, Ciro Nogueira (PI).

Segundo Nogueira, o presidente do União, Antonio Rueda, ficou de dar uma posição oficial do partido até esta sexta-feira. A ideia dos presidentes é a de dividir os comandos estaduais da federação entre os partidos, seguindo critérios de tamanho de bancada no Congresso e proporcionalidade. Já a presidência da federação será exercida de forma intercalada e não há objeção para que esse esquema se inicie pelo PP, com o comando de Lira.

Agora, resta aguardar a confusão na Paraíba.

Com informações de Suetoni Souto Maior

Blog do Milton Figueirêdo

Milton Figueirêdo

Jornalista com especialização em telejornalismo.

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